O QUE É A ESGANA
A esgana é uma doença viral multisistémica, altamente contagiosa, que pertence à família Paramyxoviridae e ao género Morbillivirus. Esta doença caracteriza-se por ter várias apresentações clínicas e percursos de evolução diferentes o que a torna muito complexa bem como complicada de resolver.
A transmissão do vírus ocorre principalmente por inalação para o trato respiratório, e por contacto direto sendo que todas as excreções e secreções são potencialmente infetantes, por isso é extremamente necessário o isolamento dos animais infetados ou que se pensa terem estado em contacto com animais infetados.
SINTOMAS E COMPLICAÇÕES
A esgana tem um período de incubação de dois meses após o qual começam a surgir os sintomas sendo os mais gerais, a temperatura bifásica (breve aumento de temperatura, seguido de um período de 5 a 6 dias de temperatura normal, após o qual surge um aumento repentino que perdura durante todo o episodio clínico) anorexia e depressão.
A doença pode surgir em 4 formas que dependem da epidemiologia e das estirpes virais que se encontram presentes: a forma epitelial, respiratória, entérica ou nervosa.
A forma respiratória tem como sinais a conjuntivite, fotofobia, descarga nasal, tosse, dificuldade em respirar, laringite e bronquite. A Intestinal apresenta-se com diarreia mucosa a sanguinolenta e vómitos. A cutânea pela forma de dermatites (infeções na pele). E por fim a forma nervosa, para a qual o prognóstico é muito reservado se for predominante, caracteriza-se pelo aparecimento de contrações musculares, movimentos de mastigar, “tiques”, paralisia, micção e defecação involuntárias, ataxias, tremores, uivo atípico.
Nalguns casos a evolução da doença é predominantemente nervosa, devido a inflamação da meninge (meningite viral) que conduz a ataxia primeiro dos membros posteriores, prosseguindo para os membros anteriores e posteriormente alterações de vocalização.
Os cães que recuperam desta doença ficam com sequelas permanentes no sistema nervoso central.
TRATAMENTO
O tratamento consiste em utilizar várias ‘armas ’ao nosso dispor, sendo necessário tempo, recursos monetários e perseverança. O internamento é crucial para o acompanhamento do doente e para nos assegurarmos que todos os cuidados são prestados. Para combater a virémia (presença do vírus na corrente sanguínea), utilizamos um soro hiperimune (gama-globulinas homólogas). É necessário um antibiótico de largo espectro para prevenção de infeções bacterianas secundárias, fluidoterapia (para reposição do equilíbrio hidro-electrólito), antieméticos, e quando a forma nervosa está presente utiliza-se anticonvulsivos.
Texto de Mariana Abreu Quem sou: "Tenho 21 anos, nasci em Lisboa, mas sempre vivi em Almada, onde sempre estudei. Frequento o quarto ano do Curso de Medicina Veterinária, na faculdade de Medicina Veterinária, da Universidade de Lisboa. Nos meus tempos livres frequento um hospital veterinário onde estou a estagiar." |