Há uma maneira "tradicional" e outra mais recente de grande crueldade para com os cães. A "tradicional" está intimamente ligada à etnia cigana nómada. Ao deslocarem-se em carroças puxadas por cavalos ou machos, as famílias fazem-se transportar e transportam os seus haveres no interior do veículo. O mesmo não acontece com o cão ou os cães da família. Estes vão presos à carroça por um curto cordel. Geralmente um cordel fino atado ao pescoço do cão, que fere o animal de duas maneiras: por não haver protecção e o cordel ser áspero e fino, e por obrigar o animal a acompanhar o ritmo do cavalo. Geralmente subnutridos, estes cães muitas vezes não aguentam longas caminhadas e acabam por adoecer e morrer precocemente, com muita dor à mistura.
A moda de prender os animais aos veículos chegou também às actividades ditas modernas: há ciclistas de fim-de-semana que atam o seu animal à bicicleta ou ao seu próprio pulso, e assim pedalam durante muitos quilómetros, obrigando o animal - em especial se for de pequeno porte - a um esforço cruel. Ainda por cima - já vi e já intervim várias vezes - os donos dos cães batem-lhes ou exercem outro tipo de pressões quando o animal dá sinais de desfalecer.
Seria fundamental que as discussões que nesta altura estão a ser feitas na Assembleia da República contemplassem estas formas de crueldade para com os cães. Mas não vejo sequer o PAN mostrar abertura e conhecimento destes casos... viver em Cascais ou no centro das grandes cidades não é a melhor maneira de observar estas situações...
Texto de José Alex Gandum
Nota: das poucas imagens que tenho destas situações preferi escolher uma onde não aparece o cão, embora, segundo me pareceu, ele viesse solto atrás da carroça.